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O que aprendi na especialização em formação pedagógica.

Neste artigo vou compartilhar com você a minha experiência de iniciação na docência e de formação inicial docente.

Conteúdos deste artigo
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    Minha formação acadêmica e iniciação na docência.

    Se você me segue nas redes sociais já teve ter me ouvido contar que me formei em Enfermagem no ano 2000 e que neste mesmo ano comecei a ensinar. O meu primeiro emprego na Enfermagem foi como professora em uma escola de ensino técnico dois meses depois de formada em uma cidade próxima à minha.

    Assim como a maioria das pessoas que se formam no Bacharelado em Enfermagem, eu não enxergava a docência como uma atribuição da Enfermagem, no máximo via como uma oportunidade de trabalho, para ir começando me gerar alguma renda enquanto eu encontrava emprego na assistência.



    A surpresa foi que eu gostei de ensinar e, mesmo depois de começar a trabalhar em um hospital aqui na minha cidade, eu queria seguir ensinando. Como não podia ficar indo e vindo para ensinar no outro município e também por preferência, segui atuando na assistência e depois de três meses, fui convidada para dar aula em uma escola aqui mesmo na minha cidade. Eu aceitei ir porque queria seguir ensinando.

    Até que um dia, fiquei sabendo que como professoras da escola em que eu ensinava, estávamos cadastradas na secretaria de educação do município. Isso me aliviou bastante, porque entendi que estava coberta legalmente para trabalhar como professora na enfermagem.
     
    Me senti mais à vontade com a docência, mas uma necessidade começou a surgir em mim: a de estar mais preparada para ensinar. Me faltava conhecimentos sobre metodologias, estratégias de ensino, etc. Eu tinha dificuldades para elaborar as provas e sentia que precisava me preparar para ser uma professora melhor.
    Foi quando surgiu a especialização em formação pedagógica.
     
     

    Como escolhi esta especialização em formação pedagógica.

    Apesar de toda a dificuldade que eu tinha para ensinar não havia ainda buscado um curso para fazer. Eu estudava sozinha, com livros e pedia ajuda à colegas e amigas que tinham conhecimentos de pedagogia, eram professoras, licenciadas.

    Tive a oportunidade de, na escola em que eu ensinava Enfermagem, trabalhar com as turmas do PROFAE – Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores de Enfermagem. Um programa do Ministério da Saúde que ofereceu qualificação como Técnico em Enfermagem a Auxiliares de Enfermagem e também preparou os enfermeiros docentes com formação pedagógica para atuarem nos cursos de educação profissional.

    Eu fui uma das enfermeiras da minha região que recebeu esta formação pedagógica pelo PROFAE em convênio com a Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. Durante 1 ano me desloquei do município onde resido, Vitória da Conquista – Bahia, até a cidade de Feira de Santana – Bahia para fazer a especialização em Formação Pedagógica para Profissionais da Área de Saúde: Enfermagem.

    Conclui esta especialização no ano 2002, dois anos depois de graduada como bacharel em Enfermagem.

    Eu não escolhi a especialização. Apenas aproveitei a oportunidade que surgiu. Mas, não fiz por fazer ou para cumprir tabela. Fiz com todo o empenho, pois a oportunidade veio ao encontro da minha necessidade. Portanto, me dediquei para aprender o máximo e aplicar o aprendido na minha prática docente.

    O que aprendi na especialização.

    A especialização foi o meu primeiro contato com conteúdo pedagógicos. Costumo dizer que foi onde eu tive a minha formação inicial para a docência.

    Aprendi um pouco sobre a sociologia da educação, sobre teorias de ensino-aprendizagem, sobre metodologias de ensino, técnicas de ensino e sobre modalidades avaliativas.

    Destes aspectos, os que mais me chamaram atenção foram as metodologias e técnicas de ensino, pois eu sempre pensava em fazer aulas dinâmicas, participativas e até fazia, mas me sentia insegura, pois não tinha certeza de que eram apropriadas e eficazes. O meu pensamento quando ia organizar uma aula era sempre como faze-la e que atividades realizar. Eu não conhecia métodos e técnicas de ensino. 

    Me restava criar.

    Até então, as metodologias que eu utilizava nas aulas eram baseadas na minha criatividade e na reprodução de experiências, dentre elas, as que eu vivenciei com uma professora de Escola Bíblica Dominical na igreja. Essa professora nos ensinava sobre a Bíblia, mas na sua vida secular era professora de matemática. Então, ela trazia muito do conhecimento pedagógico das salas de aula para organizar a nossa classe bíblica. Na minha adolescência e início da juventude essa professora me marcou muito com dinâmicas excelentes e muito aprendizado. O ensino dela era focado em nós alunos, estimulando a nossa participação e construção e objetivando a aprendizagem.

    E era com base nisso que eu construía as minhas aulas até chegar na especialização e aprender metodologias e técnicas, que não eram novas na pedagogia, mas eram novas para mim, por ser uma iniciante na docência. Aprendi a fazer grupos de discussão, a orientar estudos dirigidos, a organizar as aulas construindo planos de aulas, escolher e elaborar atividades pensando na aprendizagem e não em passar os conteúdos apenas.

    Outra coisa muito importante que aprendi foi sobre as avaliações, os seus tipos (diagnósticas, somativas, formativas), quando escolhê-las e aplicá-las, assim como a construir avaliações e avaliar os estudantes de maneira mais sistemática e precisa. Coisa que eu não sabia fazer até então.

    Aprendi muito lendo um autor que conheci nesta época, Paulo Freire. Sim! Pode parecer um absurdo eu ser uma professora e, naquele momento, não conhecer Paulo Freire e suas ideias sobre a educação tão difundidas e estudadas. Mas, lembre-se, a minha formação havia sido na Enfermagem, portanto, este autor, assim como tantos outros da educação, não estavam contemplados nas nossas leituras durante a formação acadêmica. Garanto que eu não era a única e não fui a última, mas a partir daí aprendi a buscar livros da área de educação para ler, ainda de maneira limitada, porque eu não conhecia tantos autores assim.

    Te pergunto: você é enfermeiro(a), professor(a) de enfermagem e já leu Paulo Freire ou algum outro autor da área da educação?

    Eu suma, aprendi muito na especialização. Mas, ainda assim, aquele sentimento de que eu não estava ocupando um lugar meu como enfermeira ainda existia dentro de mim. Eu não tinha uma identidade docente como enfermeira.

    Enquanto professora, a especialização foi apenas um despertar do meu desejo e necessidade de aprender mais sobre os saberes pedagógicos. Sentia que precisava de mais, de estudar mais e compreender mais o universo do ensino e da aprendizagem.

    Por isso, pautei a minha trajetória no sentido de me tornar melhor docente na Enfermagem. 

    Hoje, na data de publicação deste artigo, já são mais de 20 anos na docência em Enfermagem e muita coisa mudou de lá para cá. Novas formações aconteceram, assim como a construção da minha identidade docente. Já não me sinto mais ocupando um lugar que não é meu. 

    SOU PROFESSORA DE ENFERMAGEM E COM ORGULHO.

    Seguirei compartilhando o caminho que percorri e que ainda percorro na minha contínua formação docente e espero, além de te inspirar, te ajudar a percorrer uma trajetória que te leve a constituir-se docente também.

    Logo iniciais vinho com fundo

    Profissão Docente

    Copyright©, Aldrina Cândido. 

    Enfermeira e Professora de Enfermagem desde o ano 2000, no ensino técnico, superior e pós-graduações, especialista em Formação Pedagógica, Mestre em Gerontologia Social, Doutoranda em Ciências da Educação.

    Publicado 05 de Abril de 2023.

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